quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Com fim à vista

Quando saí da faculdade não fazia ideia do que iria ser o meu futuro. Queria tudo e não queria nada em especial. Quase por acaso e por uma questão de sorte, acabei por cair no mundo da imprensa e por lá fiquei três anos. A minha formação laboral é media, um tema que aprendi a amar, dedicar. E ainda hoje, dois anos volvidos sob a minha saída do meu jornalinho, a minha atenção recai sobre notícias sobre os meios de comunicação social, com especial ênfase na imprensa.
E hoje é um dia triste para a imprensa nacional. O Público anunciou um despedimento colectivo num total de 48 trabalhadores... não sei ao certo quantas pessoas trabalham neste jornal mas 48 é um número grande e que vai fazer mossa nesta publicação. Em breve, a redacção estará mais triste, os jantares e almoços de despedida vão multiplicar-se e os poucos que lá ficam têm que conseguir assegurar o trabalho dos que se foram embora.
Porque trabalhar num jornal é rir e chorar, estar contente e triste ao mesmo tempo, é chegar ao fim do dia e ter um sentimento de missão cumprida quando se envia um jornal todo limpinho e direitinho para a gráfica, é pegar no exemplar em papel no dia seguinte e sentir que é fruto do nosso trabalho. E é por isto que o dia de hoje é triste... o dia em que se começa a ver que se os grandes também caem, os pequenos não se conseguem aguentar por muito mais tempo e, aos poucos, todos vão acabar por cair. E eu tenho medo de um dia sair à rua e já não receber o meu jornalinho no semáforo...esse vai ser o dia mais triste.

Sem comentários:

Enviar um comentário