terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ordenados Milionários em tempos de crise

As redes sociais andam loucas com mais uma polémica: parece que a (ainda) namoradinha de Portugal, a Catarina Furtado, renovou o seu contrato com a RTP mas teve que aceitar uma redução de 20% e agora "só" ganha 24.000€ por mês.
O povo ficou louco... "como é que é possível??? 24K num país que passa fome e necessidades... e depois ainda vai para os países sub-desenvolvidos fazer programas de televisão! E ela a ganhar uma fortuna por mês e não faz nada para os ajudar!!"
Pois é, o que as pessoas têm de indignação também têm de ignorância. Quanto é que acham que recebem outros apresentadores? Os pivôs de informação? Pior: quanto acham que ganham o Francisco Pinto Balsemão ou o presidente da RTP (que entretanto se demitiu)? Balúrdios...pequenas fortunas mensais.
Ah, além disso, convém não esquecer que este ordenado não se limita à apresentação semanal dos programas, a anúncios do canal ou a outras actividades relacionadas com a RTP. Os 24.000€ que a Catarina Furtado recebe mensalmente terão que cobrar também a exposição da sua vida privada, os papparazzis que a perseguem, aos filhos que não têm descanso, etc, etc.De qualquer forma, aceitar uma redução nesta altura só mostra em como ainda existem pessoas que, de facto, lutam por causas e ficam em "casas" em que acreditam; a Catarina Furtado é suficientemente boa apresentadora/entertainer para fazer um programa em horário nobre em qualquer um dos canais privados e, provavelmente, com um ordenado muito superior aos 30.000€ iniciais da RTP (e arrisco-me a desconfiar que convites não lhe devem faltar). Em vez disso, de ganhar mais, de ter uma maior exposição, ela aceita ficar no canal público que está numa situação preocupante, sem rumo, aceita que lhe retirem parte do ordenado e continua com excelentes trabalhos, com uma simpatia e um estilo únicos. São pessoas assim que fazem o mundo avançar, que faz de pequenas empresas casos de sucesso. Só é uma pena que existam poucas pessoas assim, dispostas a vestir a camisola... certamente a vida seria diferente e todos estaríamos melhor.

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