Actos de Desespero

Desespero: Acto de perder a esperança.

É o que está a acontecer, um pouco por todo o lado, em todas as famílias, em todos os grupos de amigos: as pessoas estão a entrar em desespero e estão a perder toda a confiança e esperança de um mundo melhor que aí vinha ou de uma vida mais folgada que desse, pelo menos, para chegar ao fim do mês sem dívidas.
Mas como sempre, há sempre pessoas mais extremistas e outras mais comodistas. E é uma história dessas, de um extremista, que encontrei por aí e que resolvi partilhar.
José, 28 anos, designer e ilustrador, Porto - pode encontrar este desempregado pelas ruas do Porto, mais exactamente na rua de Santa Catarina, mesmo em frente a uma conhecida confeitaria da cidade. E o que é que este rapaz tem de diferente face a todos os outros desempregados? Está em greve de fome (pelo menos no horário - supostamente - laboral, entre as 9h e as 18h. Ah pois é? E quando é que acaba a sua luta? Quando alguém lhe der emprego (ele não esquisito, pode ser em qualquer área) ou quando o Passos Coelho resolver ir ao Porto falar com ele.
Enfim, é uma história de muita coragem, de alguém que está efectivamente desesperado (não encontro outra hipótese para um sacrifício deste tamanho) por não conseguir arranjar emprego nem em Portugal, nem no estrangeiro, nem em lado nenhum, por não conseguir abandonar o apoio/suporte/sustento dos pais, por ser jovem e não estar a aproveitar essa jovialidade como seria suposto.
O que o José faz é notório mas, efectivamente, muda alguma coisa? O país vai melhorar? A situação vai melhorar? Vamos passar a ter uma economia maravilhosa com o PIB a crescer e a dívida a baixar? A resposta é não! Não! Não! Não! Vai ficar tudo exactamente na mesma. So, what's the point? E se o primeiro-ministro não quiser saber disto para nada e não for lá (é o mais certo de acontecer...)? E se nenhum empresa lhe der um trabalho? Vai ficar para sempre na Santa Catarina à espera, a passar fome e a ser um peso para os seus pais? 
Enfim, só um homem desesperado faria uma coisa destas... o pior é se todos os que estão na mesma situação resolvem fazer o mesmo. Não se avizinham coisas boas.

Se quiserem, podem ler a reportagem completa aqui.